quarta-feira, 26 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

reflexões

todos nós somos diferentes. não há duas pessoas iguais. logo, aquilo que é tido em conta como padrão de normalidade não é mais do que algo que vai de encontro àquilo que é aceite socialmente. aliás, a própria sociedade está em constante mutação, tal como tudo, apresentando muitas vezes padrões que se fossem observados num indivíduo isolado, facilmente o poderiam demarcar como alguém completamente esquizofrénico. ou seja, a sociedade e a humanidade apresentam em si, por muitas vezes padrões de esquizofrenia mais que evidentes. contudo, a evolução e o desenvolvimento, baseiam-se na experiência com base no erro, e na adaptação a esta mesma mutação de que falo e a situações novas.

ha algo que eu julgo ser mais que evidente nos dias de hoje: a taxa demográfica tem vindo a aumentar exponencialmente. a tecnologia também tem evoluído de forma exponencial. no entanto, o ritmo de adaptação da sociedade e da espécie em si à mudança não consegue, de forma alguma, acompanhar o ritmo de mudança do mundo contemporâneo. as pessoas cada vez comunicam mais, nem sempre com quem está mais próximo delas. a velocidade em si da comunicação também tende a acelerar. o mesmo se passa com o acesso à informação. as pessoas cada vez acedem a mais conteúdos, mas a capacidade para os digerir nem sempre é a mesma. outro factor que eu julgo ser deveras importante, é a quantidade de estímulos a que uma pessoa é constantemente submetida. por muito que isso possibilite durante bastante tempo, o desenvolvimento de processos e meios cognitivos, mais cedo ou mais tarde, as pessoas acabam por cair em ciclos de passividade.
no que toca à comunicação em si, a minha opinião é a de que houve durante muito tempo a necessidade de se limitar o acesso à informação através da internet. uma vez que a quantidade de informação disponível estava a aumentar de forma muito grande, mas nem sempre toda a informação era 100% salvaguardada. lembro-me de há alguns anos atrás, quando me comecei a interessar por programação musical, conseguia facilmente, aravés de processos de busca relativamente refinados, de encontrar inclusive correspondência, de universidades como a berkeley (cnmat), stanford ou princeton. na prática tudo isto levou á criação de níveis de segurança de informação e de redes, e na prática só determinadas pessoas que dominam metadata a um nível muito elevado conseguem encontrar tudo aquilo que necessitam hoje em dia através da internet. há algum tempo vi uma pessoa que tinha necessidade de saber o horário/agenda de uma dada pessoa, e através de um grau muito avançado de pesquisa por metadata no google, conseguiu lá chegar em menos de 5minutos (essa pessoa tinha essa mesma informação disponível nos google calendars). O mesmo se passa com as redes sociais: há aqueles que as sabem usar e que conseguem tirar proveito delas para comunicar, para os mais diversos e variados fins, e há aquelas que se perdem no meio da futilidade.








sexta-feira, 21 de maio de 2010

recomendações do dia









quotes, alva noto

"(…) it's all numeric, and sound can only exit if there is space and time. These two elements need to be there, otherwise sound disappears"

- carsteen nicolai (aka alva noto)

"(…) evolution is connected always to erros, mistakes, unusual moments. It's not going to change, so it's going to adapt. So, error - the mistake - is really important for us to move on - for developing "

- carsteen nicolai (aka alva noto)

terça-feira, 18 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

kaler

In dense portions of the Milky Way, stellar images appear to overlap, giving the e ̈ect of a near-continuous sheet of light . . . The e ̈ect is a grand illusion. In reality . . . the nightime sky is remarkably empty. Of the volume of space only 1 part in 1021 [one part in a quin- tillion] is ®lled with stars. (Kaler 1997)

I like these words

acoustic quantum, sonal atom, grain, glisson, grainlet, trainlet, Gaussian elementary signal, Gaussian pulse, short-time segment, sliding window, microarc, voicel, Coi ̄et, symmlet, Gabor atom, Gabor wavelet, gaborette, wavelet, chirplet, LieÂnard atom, FOF, FOG, wave packet, Vosim pulse, time-frequency atom, pulsar, waveset, impulse, toneburst, tone pip, acoustic pixel

kaler

The cosmos, like the sky on a turbulent summer day, is ®lled with clouds of di ̈erent sizes, shapes, structures, and distances. Some are swelling cumulus, others light, wispy cirrusÐall of them constantly changing colliding, forming, and evaporating. (Kaler 1997)

Parmegiani: "La Creation du Monde"

xenakis - persepolis

xenakis - bohor

xenakis - concrete ph

sexta-feira, 7 de maio de 2010

revisão da minha noção de arquétipos existenciais.

seguindo a lógica do curtis roads no início da obra microsounds, sobre síntese granular, quando este faz analogias entre conceitos filosóficos não muito obstantes do pensamento de autores como kant, deleuze, ou guattari, no que toca a estruturas, nomeadamente a planos micro e macro estruturais, e da sua relação com o universo da física, em particular do universo da síntese granular (porque a síntese granular só é possível a partir do momento em que temos tecnologia que nos permite decompor o som, que é algo completamente físico), os limites de qualquer estrutura encontram-se naquilo a que ele chama de infinite vs. infinitesimal (infinito contra infinitésimo). deste modo, venho pois rever a minha noção de existência, concluindo que a existência é um todo que compreende tudo o que está entre uma super-micro estrutura (acima do infinitésimo), e abaixo de uma super-macro estrutura (tudo o que se encontra abaixo do infinito). este todo encontra organizado em estruturas, que compreendem redes de planos micro e macro-estruturais, e que são geradas através da lógica da permutação, que está na base do princípio da dualidade em movimento.

domingo, 2 de maio de 2010

mundos e mundos

fernando pessoa dizia que a maior prova de se conseguir ser livre é conseguir-se enfrentar a solidão. não sou apologista da solidão como forma de estar na vida. no entanto sei que estar-se isolado do mundo, de tudo e de todos pode, por vezes, ser uma maneira de pormos cá fora coisas que de outro modo não conseguiria-mos por porque podemos usar a nossa imaginação e o nosso potencial criativo como forma de projectar-mos aquilo que somos e, de algum modo, de ajudarmos outras pessoas através daquilo que fazemos; ou também de nos reconciliar-mos, em certos momentos, conosco próprios e com o mundo. Mas quando a solidão se torna num processo auto-destrutivo, por sermos incapazes de gerir o nosso próprio mundo e aquilo que temos cá dentro e de repente sentirmos que os nossos desejos mais profundos se tornam nos nossos maiores inimigos, assim como aquilo que é o nosso mundo entrar em ruptura conosco, fazendo-nos escravos de nós mesmos, de repente sentimos que tudo e todos estão contra nós quando na verdade isso é algo que apenas se encontra na nossa imaginação, mas que acaba por se tornar uma realidade, por interferir no modo como nos relacionamos com outras pessoas, e como destruimos as nossas relações pessoais ao ponto de estarmos verdadeiramente sós, abandonados e entregues a nós mesmos e à nossa mente, e não conseguimos verbalizar, jamais, aquilo que se passa conosco, desde estados de profundos de sofrimento, a estados de felicidade extrema, a sonhos e ideais, etc., acabando-se isto tudo por se tornar numa amálgama que nos corrompe, sentimo-nos confusos, e tudo se torna mais difícil e mais complicado de gerir. porque se é mal interpretado, e não se consegue pensar no outro(a), neste caso em alguém que nos é próximo(a), independentemente de essa pessoa ser um conhecido, um estranho; um colega ou um amigo; um familiar ou alguém de quem gostamos muito. ou melhor até pensamos, é-se ou tenta-se ser humilde, só que estamos tão metidos conosco mesmos que por muito altruísta que se tente ser, no sentido de se por os outros como motivação para desenvolvermos o nosso trabalho e para sermos melhores a cada dia que passa como pessoas, para podermos contribuir com aquilo que fazemos, para a evolução da espécie, acabamos sempre por cometer os mesmos erros. as pessoas ficam magoadas conosco, e estamos sozinhos. e nisto somos escravos de nós mesmos. escravos de algo que projectámos para o nosso futuro e do nosso mundo mas que não faz mais do que nos corromper, de nos destruir e de destruir quem está à nossa volta e gosta de nós.

gestaltismo vs cartesianismo

na maior parte dos casos, para se resolver problemas complexos é necessário desconstruí-los em parcelas simples.. no entanto, a percepção do todo é sempre imprescindível