quarta-feira, 28 de abril de 2010

herança cultural e histórica genética como base do a priorismo

nunca começamos nada do zero. tudo o que aprendemos e construimos a nivel de conhecimento e experiências na vida está ligado à nossa génese enquanto espécie, e àquilo que nós somos e representamos individualmente e como um todo. eu tenho 2 avós. 4 bisavós, 8 trisavós, 16 tetra-avos etc. (a maior parte nem sequer faço a mínima ideia de quem foram).. e cada uma destas gerações teve as suas experiências de vida baseadas no contexto histórico, cultural, social, etc., em que viveu. experiências que são guardadas no nosso corpo, e que deixam marcas naquilo que somos.. estamos, afinal, em constante mutação. e aquilo que nós somos é deixado aos nossos descendentes. não tenho filhos, mas posso um dia vir a ter (tenham portanto muito medo - eheh). o que significa que o meus filhos vão transportar num plano genético aquilo que eu sou, fui etc. todas as boas e más experiências por que passei e que os meus antepassados passaram, ser-lhes-ão deixadas e legadas. ou seja, poderei, ou não, deixar uma parte de mim, como base para o desenvolvimento da espécie, cabendo-me depois cultivar nessa parte de mim ideais de aperfeiçoamento humano, intelectual, como base para o desenvolvimento da especie etc. como tal a teoria da reencarnação surge num plano místico e espiritual como algo completamente ultrapassado à luz do conhecimento actual. nunca fiz uma regressão, mas sei que se fizesse, provavelmente iria viver memórias dos meus antepassados. mas como fazemos parte de uma linhagem, os meus filhos não serão uma re-encarnação de mim. apenas o meu contributo para o desenvolvimento da espécie, através daquilo que eu sinto ou possa vir a sentir por alguém. serão uma criação minha que irá dar origem a outras criações. mas se x1 é parecido com x2, sendo que x2 é a continuidade de x1, xn não será a reencarnação de x1, porque apenas transporta consigo uma carga ou herança que alguém deixou. se essa carga for desbloquada através de uma regressão induzida por psicanálise ou outro método qualquer, tal não significa que a pessoa vá representar ou reencarnar a linhagem da qual faz parte, mas sim reviver uma experiência que um antepassado longínquo viveu. como tal quando morremos, deixamos uma herança ou não para a humanidade. essa criação irá fazer parte de uma linhagem que vem de uma fonte qualquer. que desconhecemos.. e que irá dar origem a novas formas de vida.. porque todos nós fazemos parte de um todo.. um todo que nos transcende.. e também nos podemos decompor.. mas as redes estarão presentes, assim como as micro e macro-estruturas, e a permutação, que dá origem à dualidade, e consecutivamente a coloca em movimento.. venho pois negar o principio da tábula rasa, e chamar noções de a priorismo evidentes naquilo que somos e representamos

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