sexta-feira, 10 de setembro de 2010

10/9/10 - 4

por entre o deserto
que sinto em mim mesmo
quando não estou contigo,
caminho em direcção a ti

aproximo-me de ti, estás distante,
mas cada vez mais próxima.

procuro-te pela imensidão dos dias
o amor que sinto por ti,
cuja natureza não compreendes
apodera-se freneticamente de mim.

levando o meu coração para junto do teu.

o despertar dos sentidos emerge
por entre o tic tac de relogios
e de uma trovoada emergente
a chuva cai de repente sobre mim

o céu torna-se negro e trovões e clarões disparo.

de repente acordo de um sonho,
da presença da ausência
e ausência da presença.
do amar do sentir
e do sentir do amar.
das palavras dos dias das noites

da imensidão do tempo que dispara freneticamente
caminhando-te eu até ti

num gesto cego
desprovido

da imensidão da certeza
do quanto desejo estar contigo
e contigo desejo estar

caminhando até ti
e até ti caminhando

por entre o deserto
por entre os céus voando,
por entre os mares remando

remando contra a corrente e contra tudo
contra tudo e todos

a certeza
a incerteza
do amor
do amar
do sentir

palpitações frenéticas
voando a grande velocidade
por entre o despertar do tempo.

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