terça-feira, 17 de agosto de 2010

um dia olhei para o espelho e pensei

um dia olhei para o espelho e pensei:
Encontrei-me!!!

ou talvez não,
talvez fosse uma miragem.
Uma miragem apavorada,
cega, surda e muda,
rindo-se satiricamente de mim.

e pensei,
hum, hoje vou fazer qualquer coisa.
mas isso implicava…
Outra coisa!!!

Outra coisa que me estava de momento a faltar,
como alguém que não quer respirar,
respirar do prazer do agora,
e esquecer o passado e o amanhã.

porque o amanhã não existe e o passado também não,
quiçá, o tempo!!!

mas cego, surdo e mudo,
ria-me freneticamente de mim.

carros, máquinas, comboios e aviões,
passavam pela cidade a grande velocidade.
as luzes moviam-se a grande velocidade.

talvez um dia saiba,
ou talvez outrora não(…)
qualquer coisa!!!

já saindo de casa, dirigia-me freneticamente em direcção à praia.
no meu carrinho vermelho.

porque azul é o mar
e vermelho é o fogo.

mas ri-me e apercebi-me.
apercebi-me que:

azul é o fogo
e vermelho é o mar.

num mundo fantasia nutria e surtia sonhos desiguais
apavorado pelos prazeres de outrora.

o vento batia-me na cara.
e satiricamente,
caminha em direcção ao infinito.

ao infinito do céu,
do mar,
e do além.

no além transfigurado pelos prazeres do agora.
via-te, e via-me.
via-nos.

como quem quem não quer ver.
porque os que não querem ver cegos ficam.
e iludamos são os que o querem.

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